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Monotonia/Insônia

19/02/2012

– Tá quente pra caralho. – Observou. Não conseguia dormir. Esse era o maior problema do verão, junto com a falta de apetite. Resolveu abrir a janela. Ouviu Ai se eu te pego tocando a uns oitocentos metros de distância.

Levantou. Tateou a parede até encontrar o interruptor. Acendeu a luz e se olhou no espelho. Era feio. Mas ele não se importava. Para ele, inteligência e beleza eram completos opostos. Lera isso em um livro e desde então usara como desculpa para sua aparência horrenda… Ele realmente não se importava.

Dirigiu-se até a cozinha. Tateou a parede até encontrar o interruptor. Não encontrou e resolveu abrir a geladeira. Pegou aquela jarra cheia de Kissuco estragado e serviu no seu copo do Grêmio. O copo era feio, mas ele não se importava.

Olhou para o chão. Viu que tinha um líquido estranho esparramado perto do tapete persa do tio Gerônimo. Pegou um pano na lavanderia. Jogou em cima do líquido estranho. Tinha uma cor puxada para o verde. Tanto o pano quanto o líquido.

Aproximou-se do chão. O pano cheirava muito mal. Fez como sua avó sempre fazia, e esfregou o pano no chão com o pé. Escorregou como num passo de dança de Cantando na Chuva e bateu com a nuca na mesa de vidro.

Não levantou mais.

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