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Confiar

09/09/2011

Título original: Trust. (David Schwimmer, 2011 -estreia no Brasil em 23 de setembro de 2011-)

Entre os muitos filmes que abordam o mundo do crime, a grande maioria passa batido pela sua falta de originalidade e pancadaria desenfreada. Grande parte das obras do gênero acaba por se tornar um blockbuster esquecido depois de alguns anos, mas este com certeza não é o caso deste filme.

Acompanhamos a história de Annie, uma garota comum que vive com sua família em Chicago, e leva uma vida perfeitamente normal. Porém, em seu décimo quarto aniversário, seu pai lhe dá um computador, dizendo que agora que ela está mais velha, confia nela o suficiente para ela usar a internet sem ele precisar se preocupar.

Annie então faz amizade com um rapaz de dezesseis anos chamado Charlie, e em pouco tempo acaba se apaixonando por ele. Ao longo de dois meses, porém, Charlie admite que na realidade tem vinte e cinco anos, mas que isso não deveria atrapalhar o relacionamento de ambos. Annie não vê problema e vai encontrar com seu amante no shopping, porém ao se encontrarem ela vê que na realidade Charlie tem em torno de quarenta anos e que havia mandando fotos falsas, porém não reage o suficiente para não acompanhar Charlie até o motel mais próximo. A trama então se desenrola a partir do estupro de Annie.

Admito que tive que assistir o filme duas vezes para entender realmente a proposta. A ideia em si é sensacional, mostrando uma visão mais realista do que a de muitos filmes que abordam o tema.

O final deixa muita coisa no ar -praticamente tudo, se for me perguntar- porém isso é crucial para a ideia do filme; serviu para mostrar que NEM SEMPRE tudo acaba bem. A proposta é realmente singular se for olhada deste modo. O pequeno vídeo depois do final do filme também é muito interessante, no qual Charlie aparece como um respeitado professor e pai de família.

Um dos objetivos do filme -provavelmente o mais explícito e importante- é mostrar que as pessoas más existem, e que elas estão em todo lugar. Percebemos a vontade do diretor de mostrar isso em várias cenas, desde a parte dos ‘rastreadores de pervertidos’ até o curta que toma conta da tela na cena final. A obra conseguiu fugir do clichê com uma abordagem triste e intimista da história, e não simplesmente mostrando pancadaria de pedófilos como muitos outros filmes. A atuação de Clive Owen (pai de Annie) e de Liana Liberato (Annie) são muito boas, e realmente criam momentos dignos de lágrimas. Um filme que merece bastante crédito pela singularidade, mesmo que ao primeiro olhar pareça apenas ‘mais do mesmo’.

From → Filmes

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